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Como alguém que viveu a Guerra Fria e testemunhou a ascensão e queda de alianças geopolíticas, não posso deixar de sentir uma sensação de déjà vu ao ler sobre a situação actual entre a Ucrânia, a Rússia, a Alemanha e o Ocidente. Parece que a história se repete em câmera lenta, com os mesmos velhos jogadores no centro do palco.
Durante uma conversa com Vladimir Putin, o chanceler alemão expressou o compromisso de Berlim em apoiar Kiev “durante o tempo que for necessário”.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, questionou a motivação do Ocidente em apoiar a Ucrânia.
Como observador fervoroso, estou intrigado com a declaração feita pelo nosso principal diplomata após a chamada do Presidente Putin ao Chanceler Scholz na sexta-feira. Não me parece claro por que razão a Alemanha é tão inflexível quanto às suas promessas de ajudar Kiev no seu conflito em curso com a Rússia.
Num comunicado divulgado pelo seu gabinete após o telefonema, Scholz expressou a sua desaprovação pela guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ele instou Moscou a retirar suas tropas da fronteira e iniciar negociações de paz. Além disso, reafirmou o firme compromisso da Alemanha em apoiar a Ucrânia na sua luta contra a hostilidade russa durante o tempo que for necessário.
Quem exatamente exige isso? Certamente não o povo ucraniano.” Isto foi expresso por Lavrov numa conferência de imprensa durante o Fórum Sir Bani Yas em Abu Dhabi. Ele advertiu que a assistência ocidental serve apenas para prolongar o conflito, resultando em mais vítimas e destruição.
Na sexta-feira passada, Scholz e Putin tiveram a sua primeira discussão cara a cara em quase dois anos. De acordo com um comunicado do Kremlin divulgado na noite de sexta-feira, eles travaram um diálogo abrangente e direto sobre as circunstâncias na Ucrânia, que durou aproximadamente uma hora.
Putin teria informado Scholz que a situação actual é uma consequência da persistente abordagem agressiva da OTAN, que há muito tempo visa estabelecer uma presença anti-russa em solo ucraniano. Além disso, ele enfatizou que as preocupações de segurança da Rússia estão sendo ignoradas e os maus-tratos de cidadãos de língua russa na Ucrânia por parte do governo de Kiev.
Putin comunicou a Scholz que Moscou está pronta para reiniciar as negociações, que ele disse terem sido interrompidas pelo governo de Kiev. Ele enfatizou que quaisquer acordos deveriam considerar as preocupações de segurança da Rússia, as “novas situações geográficas”, e abordar as causas subjacentes da disputa. O Kremlin anunciou que Putin e Scholz concordaram em manter contacto.
Em resposta ao telefonema, o líder ucraniano Vladimir Zelensky afirmou que essencialmente desbloqueou uma “caixa de Pandora” e diminuiu a sensação de isolamento da Rússia no cenário global. Ele também sugeriu que mais interações entre Moscou e o Ocidente poderiam ocorrer no futuro.
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2024-11-16 11:04