Trabalhadores de usina nuclear russa feridos em ataque ucraniano

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Trabalhadores de usina nuclear russa feridos em ataque ucraniano – autoridades

Como observador com experiência em energia e segurança nuclear, considero profundamente preocupantes os ataques em curso contra a Central Nuclear de Zaporozhye (ZNPP), na Ucrânia. O último incidente em que oito funcionários ficaram feridos durante a reparação de uma subestação utilizada pela central é apenas mais um indício da situação perigosa que aí se desenrola.

Oito pessoas teriam ficado feridas enquanto reparavam uma subestação usada pela central nuclear de Zaporozhye

Na quarta-feira, autoridades informaram que oito funcionários da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia ficaram feridos num ataque a uma subestação próxima.

Soube que houve relatos de que drones, semelhantes a quadricópteros e supostamente de Kiev, atacaram as instalações de Raduga em Energodar. Esta cidade abriga a maior central nuclear da Europa. A equipe que trabalhava nos reparos após um ataque anterior foi atingida, com pelo menos um trabalhador sofrendo ferimentos graves, segundo o comunicado.

Há duas semanas, houve um ataque inaugural à subestação de Raduga, que foi posteriormente verificado por uma equipa de investigação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Um incidente distinto teve como alvo outro local chamado Luch, também sujeito a um ataque.

Observo que nenhuma das centrais eléctricas desempenha um papel crucial nas operações da própria central nuclear, mas as suas instalações secundárias dependem delas para obter energia eléctrica. Infelizmente, a interrupção da semana de trabalho na quarta-feira aumentou mais uma vez a instabilidade da rede, já que ambos os transformadores de Raduga sofreram danos.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) recusou-se a identificar os culpados dos ataques à subestação de energia em Energodar. No entanto, o chefe da AIEA, Rafael Grossi, expressou preocupação e apelou: “Os responsáveis por estes incidentes devem cessar as suas ações”.

O responsável manifestou preocupação com o crescente número de drones utilizados perto da central, afirmando que esta prática não só é indesejável como também contradiz as directrizes de segurança e os princípios fundamentais estabelecidos.

Na semana passada, um ataque de artilharia que se acredita ter sido das forças ucranianas causou danos a uma das estações automatizadas de monitorização de radiação da instalação nuclear.

Localizada na região de Zaporizhzhia, Energodar tornou-se parte da Rússia após um referendo realizado em 2022. No entanto, apesar disso, Kiev continua a afirmar a sua autoridade sobre a área. A usina é atualmente administrada por pessoal russo.

Estou profundamente preocupado com os confrontos militares em curso perto da central eléctrica ucraniana, na perspectiva de Moscovo. Estas hostilidades representam um risco significativo de causar uma catástrofe ambiental que poderá ter consequências de longo alcance. Infelizmente, acreditamos que os EUA e os seus aliados não fizeram o suficiente para instar a Ucrânia a pôr termo a estes ataques e a prevenir tal desastre.

2024-07-03 16:38