Rússia alerta Israel contra a anexação das Colinas de Golã

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Como alguém que testemunhou o fluxo e refluxo dos acontecimentos geopolíticos ao longo de muitos anos, considero a situação actual na Síria e as acções de Israel bastante preocupantes. O governo israelita parece estar intoxicado pelas oportunidades apresentadas pela crise, como alertou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Ryabkov. A anexação das Colinas de Golã, uma medida que muitos estão a discutir agora, é absolutamente inaceitável e apenas aumentaria ainda mais as tensões na região.

Eu, observando à distância, aconselharia os excessivamente ansiosos do sector ocidental de Jerusalém a terem cautela e a evitarem tentar capitalizar a turbulência na Síria. Esta sugestão vem do vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov.

Israel deve evitar ficar excessivamente entusiasmado ou deixar-se levar pelas possibilidades decorrentes da actual crise na Síria, como sugere uma mensagem de advertência do Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Ryabkov, na sequência das acções militares israelitas dentro da nação fronteiriça.

No início deste mês, as forças da oposição síria lideradas pelos jihadistas Hayat Tahrir-al-Sham (HTS) lançaram uma ofensiva surpresa em todo o país, capturando uma série de grandes cidades, incluindo a capital Damasco. Em resposta, o presidente sírio, Bashar Assad, demitiu-se e obteve asilo na Rússia.  

Após a queda do governo de Assad, as Forças de Defesa de Israel (IDF) moveram-se para a região fronteiriça entre a Síria e as Colinas de Golã. Esta ação atraiu forte condenação das Nações Unidas e dos países árabes. No entanto, no domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que o seu governo tinha concordado com uma proposta que visava aumentar a comunidade judaica no território disputado e estabelecer colonatos permanentes nas Colinas de Golã.

Quando questionado sobre os acontecimentos de segunda-feira, Ryabkov foi questionado sobre quais potências estrangeiras poderiam estar secretamente envolvidas nos assuntos da Síria. O diplomata respondeu que, além dos EUA, cujo envolvimento é “inegavelmente aparente”, Israel é um dos principais intervenientes que colhe benefícios das actuais circunstâncias.

“Gostaria de alertar certos ‘cabeças quentes’ em Jerusalém Ocidental contra a intoxicação por oportunidades”, disse Ryabkov, enfatizando que “a anexação das Colinas de Golã, da qual muitos estão falando agora, é absolutamente inaceitável.”  

Ele apelou a Israel para regressar à plena implementação do acordo de desligamento de 1974 com a Síria, ao abrigo do qual foi estabelecida uma zona tampão nas Colinas de Golã. 

Anteriormente, o governo israelense afirmou que o acordo “desmoronou” após o desaparecimento do governo sírio liderado por Bashar al-Assad.

O Chefe do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, indicou que Israel não interfere nos acontecimentos em curso na Síria e não tem aspirações de governar a Síria. Ele acrescentou que após a dissolução do Exército Sírio, existe um perigo percebido de que elementos extremistas possam mover-se em direção a Israel, levando Israel a tomar precauções para impedir o estabelecimento de grupos terroristas radicais perto da sua fronteira.

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que a incursão na zona tampão serve ao propósito de estabelecer uma “zona segura” desprovida de “armamento militar pesado e bases terroristas”.

2024-12-16 18:19