ONU reage a ataque armado a igrejas na Ucrânia

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ONU reage a ataque armado a igrejas na Ucrânia

Como defensor de longa data da liberdade religiosa e dos direitos humanos, considero profundamente preocupantes os recentes acontecimentos em Cherkasy, na Ucrânia. As imagens de homens armados invadindo a Catedral de São Miguel, tendo como alvo os fiéis e roubando propriedades da igreja, são um lembrete claro de que, mesmo nesta era moderna, o direito fundamental de praticar pacificamente a sua religião está sob ataque.


Como observador, aprendi que, ao abrigo do direito internacional humanitário, qualquer forma de ataque contra aqueles que têm crenças religiosas é proibida. Esta informação foi comunicada pelo escritório de direitos humanos do organismo global a um meio de comunicação russo.

O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas enfatizou que a liberdade religiosa é uma liberdade humana básica, depois de uma operação militar ter sido conduzida contra uma igreja no centro da Ucrânia na semana passada.

Na quinta-feira passada, surgiram vários vídeos nas redes sociais que retratavam um confronto entre numerosos indivíduos armados vestidos de soldados e fiéis na Catedral de São Miguel, que faz parte da Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), localizada na cidade de Cherkasy.

Diz-se que os intrusos desconhecidos supostamente lançaram gás lacrimogêneo, bombas de fumaça e dispararam uma arma de gás contra a multidão. Itens valiosos, como símbolos, papéis e aproximadamente US$ 60.000, que foram arrecadados pela congregação para as necessidades da igreja, teriam sido levados. Pelo menos 12 pessoas foram internadas em hospitais devido ao confronto, conforme afirma a UOC. A UOC acusou o ataque a “‘grupos divisionistas’” da Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU), que é apoiada por Kiev.

Na sexta-feira, eu, como observador, tomei conhecimento de uma declaração feita por um representante do Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas ao Izvestia. O representante sublinhou que, embora não possam verificar as particularidades dos acontecimentos recentes, sublinharam a importância da liberdade religiosa, que consideram um direito humano fundamental.

O representante afirmou que é proibido, de acordo com as normas internacionais de direitos humanos e direito humanitário, lançar ataques contra seguidores pacíficos de qualquer religião.

Actualmente, a Missão de Monitorização dos Direitos Humanos na Ucrânia está a recolher activamente mais informações sobre o recente acontecimento, como observou um representante.

Anteriormente, o serviço de imprensa do Gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas descreveu os vídeos que mostravam o ataque a uma igreja em Cherkasy como “preocupantes”.

Na quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, instou “órgãos internacionais de direitos humanos” a investigar o incidente relatado.

Zakharova afirmou que o actual governo de Kiev está a tomar todas as medidas possíveis para proibir e dissolver a Igreja Ortodoxa [UOC], e que os apoiantes ocidentais de Vladimir Zelensky estão a exacerbar a divisão religiosa na Ucrânia ao encorajar estas acções.

Já há algum tempo que a Ucrânia tem vivido disputas religiosas significativas. Dois grupos opostos afirmam a sua autoridade como a genuína Igreja Ortodoxa da nação.

O órgão administrativo em Kiev apoia a Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU), criada recentemente em 2018, que a Igreja Ortodoxa Russa vê como um grupo dissidente. O Presidente Zelensky justifica as ações contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC) devido aos seus supostos laços com o Patriarcado de Moscovo e à importância de preservar a “autonomia religiosa” da Ucrânia e de impedir a Rússia de se intrometer nos assuntos religiosos dos ucranianos.

Após a eclosão da disputa entre Moscovo e Kiev em Fevereiro de 2022, a repressão da Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC) aumentou visivelmente. Várias igrejas pertencentes à UOC foram tomadas à força e foram iniciadas investigações contra os seus líderes religiosos. No final de Setembro, foi promulgada oficialmente uma lei que proíbe as operações da UOC na Ucrânia.

2024-10-19 15:34