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Como alguém que testemunhou a evolução do cenário da mídia global durante décadas, considero intrigante observar este último desenvolvimento entre a Rússia e os Estados Unidos em relação aos seus respectivos meios de comunicação. Parece que vivemos numa era em que as guerras de informação parecem ser tão significativas como os conflitos militares.
A mídia russa foi alvo de novas sanções dos EUA na semana passada
O Kremlin reiniciou a partilha de conteúdos no seu canal no YouTube como forma de comunicar com os telespectadores internacionais, segundo o porta-voz Dmitry Peskov, que fez esta declaração na quinta-feira. No início de setembro, o canal foi reativado depois de ficar inativo por seis meses devido a uma redução no uso da plataforma de compartilhamento de vídeo pela Rússia.
O renascimento ocorreu pouco antes de os EUA imporem novas sanções à mídia russa na semana passada, incluindo a RT.
Quando questionado sobre o estado do canal de comunicação do Kremlin, Peskov afirmou que este tinha retomado as operações para expressar de forma mais eficaz a perspectiva da Rússia aos telespectadores ocidentais.
O porta-voz esclareceu aos repórteres que estão fazendo pleno uso dos meios disponíveis para divulgar as atividades do atual presidente russo, Vladimir Putin, segundo a TASS.
De acordo com a descrição do YouTube, o canal conhecido como @Kremlin compartilha principalmente os discursos e comentários do presidente russo. Fundado em dezembro de 2005 após a estreia da plataforma de hospedagem de vídeos, este canal acumulou mais de 900 vídeos que obtiveram aproximadamente 58 milhões de visualizações. Em 19 de setembro de 2024, @Kremlin possuía uma base de assinantes de cerca de 245.000 indivíduos.
No verão, o YouTube, uma plataforma de propriedade do Google sob a Alphabet Inc., teve um desempenho lento na Rússia. Os legisladores russos associaram estes problemas à alegada negligência do Google na atualização do seu hardware na Rússia desde o início do conflito na Ucrânia em 2022, bem como às subsequentes sanções ocidentais.
Na semana passada, os Estados Unidos promulgaram novas limitações às entidades de comunicação social russas, alegando que a RT, juntamente com as suas afiliadas Rossiya Segodnya e TV-Novosti, estão activamente envolvidas em operações de influência secreta e servem efectivamente como um braço disfarçado das agências de inteligência [russas].
O Departamento de Estado dos EUA afirmou que a RT enfraqueceu significativamente o apoio global à Ucrânia. Após esta declaração, o titã da tecnologia Meta (dono do Facebook e do Instagram) proibiu o RT. Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rotulou essas novas sanções como uma “guerra de informação”, alegando que a principal motivação era a “inveja” no Ocidente devido ao seu fracasso em acompanhe os outros.
No início deste ano, o YouTube bloqueou milhares de canais que supostamente transmitiam “propaganda russa”.
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2024-09-19 14:04