Inflação e salvação para milhões: o que se sabe sobre o documentário do Tether?

Como um investidor experiente em criptografia com mais de uma década de experiência neste mercado digital dinâmico, testemunhei a ascensão e queda de inúmeras moedas e tokens, mas poucos tiveram um impacto tão significativo quanto o Tether (USDT). O documentário “Estabilidade e Liberdade no Caos” oferece um vislumbre intrigante da jornada do USDT, que se tornou uma tábua de salvação para inúmeras pessoas que lutam contra a inflação e promovem a liberdade financeira em todo o mundo.

Para comemorar seu marco de dez anos, o Tether deve lançar um documentário detalhando o papel do USDT (stablecoin do Tether) e sua influência na batalha contra a inflação.

Índice

Em termos mais simples, o documentário intitulado “Estabilidade e Liberdade no Caos” narra a jornada do USDT, que é agora visto como um sistema de apoio crucial para indivíduos que lutam contra a inflação e defendem a independência financeira à escala global.

Em referência ao lançamento do documentário, o CEO da Tether, Paolo Ardoino, afirmou que o seu objetivo é facilitar serviços financeiros para milhares de milhões de indivíduos que residem em regiões subdesenvolvidas e que não têm acesso aos sistemas bancários tradicionais.

O negócio da Tether baseia-se num objetivo simples: fornecer acesso financeiro àqueles que residem em regiões subdesenvolvidas, que muitas vezes não têm contas bancárias devido a rendimentos insuficientes ou que vivem em países com inflação elevada, através da criação de um sistema que atenda às suas necessidades que são negligenciado pelas instituições bancárias tradicionais.

Na sua opinião, o Tether simboliza os conceitos de contornar intermediários, sustentabilidade e estabilidade. Ela capacita não apenas indivíduos, mas também comunidades, cidades e até nações inteiras.

10 anos rumo à liberdade financeira

Em 2014, Brock Pierce, Reeve Collins e Craig Sellars iniciaram o empreendimento Realcoin, que mais tarde ficou conhecido como Tether. A essência deste projeto era desenvolver uma moeda digital que espelhasse o valor do dinheiro tradicional (moeda fiduciária) para garantir a estabilidade e tornar as transações de criptomoedas mais simples.

Em outubro de 2014, o USDT – uma moeda digital vinculada ao valor do dólar americano – fez sua estreia. Desde então, a Tether tem aumentado consistentemente sua rede. Mais tarde, o USDT tornou-se disponível nas blockchains Ethereum, TRON e TON, permitindo seu uso em inúmeras aplicações descentralizadas.

Além disso, o USDT é amplamente utilizado em inúmeras aplicações descentralizadas (dApps) e contratos inteligentes, aumentando a sua importância no domínio das finanças descentralizadas.

USDT se tornou uma moeda obrigatória para áreas-chave de criptografia e blockchain

Ganhando rapidamente o favor entre os comerciantes devido ao seu papel como uma moeda confiável durante períodos turbulentos do mercado criptográfico, o Tether permitiu fácil acesso a fundos estáveis. Sua integração em diversas plataformas de criptomoeda aumentou sua fluidez, tornando as transações mais fáceis.

O impacto significativo da estabilidade do Tether no mercado criptográfico é evidente, permitindo que comerciantes e investidores transfiram rapidamente fundos entre diferentes criptomoedas e moedas tradicionais, ao mesmo tempo que minimizam perdas substanciais causadas pela volatilidade dos preços.

Já há algum tempo, o Tether (USDT) tem sido o stablecoin mais comumente utilizado no domínio da criptomoeda. Desde a sua introdução, há dez anos, o USDT expandiu o seu valor de mercado para espantosos 120 mil milhões de dólares, posicionando-o entre as maiores moedas digitais que já existiram.

Uma tábua de salvação para os países em desenvolvimento

Em resposta ao lançamento do documentário, Ardoino observou que o USDT é uma representação de “descentralização, durabilidade e confiabilidade”. O filme investiga o uso crescente do USDT em três países: Argentina, Turquia e Brasil.

O que faz com que esses países em particular se destaquem? Um traço comum entre as várias explicações é a sua suscetibilidade a convulsões económicas.

1) Em certas nações, enfrentam uma inflação persistente e um valor instável das suas moedas nativas. Além disso, muitos países em desenvolvimento não têm acesso suficiente aos sistemas bancários convencionais. Criptomoedas como o Tether oferecem um meio para as pessoas realizarem transações financeiras sem a necessidade de bancos – uma vantagem crucial em países onde o conhecimento bancário é limitado.

Em termos mais simples, a Argentina enfrenta desafios económicos, incluindo inflação elevada, desvalorização da sua moeda, o peso, e limitações nas negociações cambiais. Como resultado, as pessoas procuram métodos para salvaguardar as suas poupanças, e moedas digitais como o Bitcoin podem servir como uma opção. O recém-eleito presidente do país, Javier Milei, também defende o BTC e outros métodos de pagamento como parte de um plano para promover a concorrência no mercado de moeda local.

Na Turquia, tal como noutros lugares, a população vive uma economia instável, marcada pela escalada das taxas de inflação e pelo enfraquecimento da Lira Turca. Como potencial salvaguarda contra a inflação, as criptomoedas ganharam força como meio de garantir poupanças.

Além das dificuldades econômicas, muitos indivíduos no Brasil não têm acesso aos serviços bancários tradicionais. No entanto, o USDT oferece-lhes a oportunidade de participar no sistema financeiro e realizar transações mesmo sem possuir uma conta bancária.

Na última década, o USDT (Tether) cresceu significativamente, tornando-se um elemento crucial nas negociações e um substituto frequentemente escolhido para o dólar americano. Este desenvolvimento proporciona aos indivíduos nas economias emergentes uma via para se envolverem no mercado criptográfico, permitindo-lhes investir, negociar e executar transações.

Apesar do seu sucesso, ainda existem muitos momentos obscuros na história do Tether

No entanto, é importante reconhecer que o Tether passou por períodos desafiadores. Anteriormente, o Tether foi submetido a um escrutínio relativo à potencial manipulação do mercado e à possibilidade de inflacionar os preços do Bitcoin (BTC) e de outras moedas digitais.

Como investidor em criptografia, devo admitir que, embora o Tether afirme que cada USDT equivale a um dólar americano, existe uma preocupação persistente devido à ausência de auditorias frequentes e imparciais. Esta incerteza lança dúvidas sobre a estabilidade e liquidez da sua reserva, fazendo-me questionar se eles realmente têm ativos suficientes para apoiar integralmente cada USDT.

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2024-10-07 21:54