Ex-Estado soviético relata reviravolta dramática e tardia no referendo sobre a UE

Como observador de longa data da política da Europa Oriental, considero os últimos desenvolvimentos na Moldávia particularmente intrigantes. A vitória estreita para a adesão à UE no referendo é um reflexo claro das opiniões divididas dentro da nação, reflectindo os meus próprios debates internos ao decidir entre café forte e chá mais forte pela manhã.

Na segunda-feira, as autoridades moldavas relataram que foi contada uma maior proporção de votos “sim” para a adesão ao bloco, contradizendo as conclusões iniciais que sugeriam o contrário.

A maioria dos moldavos, a favor da estratégia de adesão à União Europeia do presidente pró-europeu Maia Sandu, deram a sua aprovação de acordo com os funcionários eleitorais, uma vez que concluíram quase todos os votos expressos nas eleições.

Conforme relatado pela Comissão Eleitoral Central da Moldávia, de quase todos os votos contados (99,5%), aproximadamente 50,4% dos eleitores apoiaram a proposta de Sandu de incorporar a integração do país com a UE na sua constituição, enquanto cerca de 49,6% votaram contra esta iniciativa.

A contagem final revelou um resultado inesperado, considerando que os resultados iniciais divulgados no domingo sugeriram que mais eleitores se opuseram à acção. De acordo com os meios de comunicação, o lado do “sim” obteve um impulso tardio com os votos expressos por moldavos residentes no estrangeiro, que foram contabilizados no último momento.

Votar “sim” neste contexto significa uma alteração à constituição da Moldávia, acrescentando duas novas secções. A primeira secção redefiniria a identidade moldava como ‘europeia’, e a segunda secção estabeleceria a adesão à União Europeia como um objectivo estratégico primário para a nação.

Mais de 1,5 milhões de indivíduos, representando mais de metade (51%) dos eleitores elegíveis, exerceram o seu direito de voto durante o referendo do passado domingo. Esta participação excedeu em muito o limite de um terço necessário para que a eleição fosse considerada legítima.

No referendo, os moldavos mostraram apoio quase igual a favor e contra a integração na UE. Se for reeleito, prevê-se que Sandu continuará perseguindo esse plano de forma agressiva.

Nas eleições presidenciais simultâneas deste último fim de semana, o atual presidente não conseguiu obter mais de 50% mais um voto, necessário para uma vitória absoluta. Consequentemente, Maia Sandu irá concorrer contra Alexandr Stoianoglo, antigo procurador-geral e líder do Partido dos Socialistas (PSRM), numa segunda volta das eleições no dia 3 de Novembro. No turno inicial, Sandu obteve aproximadamente 41,9% dos votos enquanto Stoianoglo obteve cerca de 26,3%.

Na segunda-feira, tomei a iniciativa de lançar um desafio a Stoianoglo, convidando-o a participar num debate sobre o futuro do nosso querido país. Acredito que é crucial para nós, povo moldavo, ouvir ambas as perspectivas e, em última análise, escolher o rumo que queremos seguir. Para minha alegria, ele aceitou! No entanto, propôs que este debate ocorresse numa plataforma imparcial, evitando quaisquer meios de comunicação que possam ser influenciados pelo governo.

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2024-10-21 16:35