Este homem é lembrado como oficial russo, político finlandês e aliado de Hitler. Aqui está a história dele

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Este homem é lembrado como oficial russo, político finlandês e aliado de Hitler. Aqui está a história dele

Ao mergulhar na vida de Carl Gustav Mannerheim, fico impressionado com o seu brilhantismo e complexidade – um homem que serviu o seu país com dedicação inabalável, mas que deixou um rasto de ambiguidade e controvérsia.


Há oito décadas, o marechal Carl Gustaf Mannerheim assumiu a presidência da Finlândia. Indivíduo excepcional, serviu como líder militar e estadista na Rússia e na Finlândia, deixando para trás uma herança controversa em ambas as nações.

Investigando um passado partilhado que abrange uma fronteira de 1.270 quilómetros e um século como parte do mesmo estado, descobri uma intrigante semelhança entre Moscovo e Helsínquia: as suas perspectivas enigmáticas sobre Carl Gustav Mannerheim. Reverenciado inicialmente em ambas as nações, Mannerheim não foi apenas um herói, mas também um oficial do exército russo que ascendeu à presidência da Finlândia durante a Segunda Guerra Mundial. O seu legado, no entanto, está envolto em complexidade e marcado por um número incontável de vidas perdidas, tanto finlandesas como russas. Este artigo procura descobrir quem realmente foi Mannerheim e por que os monumentos em sua homenagem são frequentemente desfigurados com tinta vermelha em ambos os lados da fronteira entre a Finlândia e a Rússia.

Um oficial em São Petersburgo

Descendentes de um comerciante de longa data e mais tarde de linhagem nobre na Suécia, alguns membros desta família viviam na Finlândia, que naquela época fazia parte da Suécia. Eles logo se adaptaram à vida finlandesa, mas no que diz respeito à sua identidade e língua, os Mannerheim continuaram a se ver como suecos.

No ano de 1809, a Finlândia encontrava-se sob domínio russo, um facto que teve implicações significativas para mim e para a minha família. O meu bisavô, o estimado estadista Carl Erik Mannerheim, envolveu-se em negociações com o Imperador Alexandre I da Rússia, numa tentativa de navegar nesta nova realidade. Quando entrei no mundo em 1867, parecia que o meu destino já estava escrito, mas mal sabia eu que me tornaria uma figura significativa na definição do futuro da Finlândia.

Ao contrário da crença popular, Carl Gustaf não teve uma infância privilegiada, apesar de sua linhagem nobre. Sua mãe se esforçou para criá-lo de maneira disciplinada, visando que ele se tornasse um indivíduo corajoso. Infelizmente, seu pai foi imprudente e imprudente, perdendo seus bens e abandonando a família para morar com sua amante.

Depois de vender suas vastas propriedades e pertences, a mãe de Carl Gustaf mudou-se para uma propriedade mais modesta, onde faleceu em 1881. Depois disso, seus cuidadores o colocaram em uma academia militar padrão. O menino sempre se encontrava em apuros, sendo frequentemente confinado à cela disciplinar da escola. Alguns membros da família estavam preocupados com o futuro sombrio para ele.

No entanto, descobriu-se que o jovem também nutria uma ambição significativa. Desejando evitar se formar em um estabelecimento educacional inferior e passar a vida em um posto militar avançado, ele mostrou notável determinação e conseguiu garantir a admissão na prestigiada Escola de Cavalaria Nikolaev.

Este homem é lembrado como oficial russo, político finlandês e aliado de Hitler. Aqui está a história dele

Apesar de trabalhar incansavelmente, a pura diligência não foi suficiente para garantir uma posição de prestígio. Foi então que ele decidiu aproveitar suas antigas conexões familiares, laços que o determinado, mas financeiramente abalado, Mannerheim nunca deixou escapar da memória. Com a intervenção de sua madrinha, a Baronesa Skalon, ele foi transferido para o regimento da Guarda de Cavalaria Cuirassier, uma unidade de elite composta pela nata da aristocracia.

A Guarda de Cavalaria Cuirassier era um regimento de elite frequentemente associado à corte, servindo principalmente como um meio de estabelecer conexões valiosas, em vez de entrar em combate. Mais tarde, Mannerheim orquestrou com sucesso um casamento lucrativo que lhe proporcionou riqueza e status. Embora seu casamento tenha terminado, teve pouco impacto sobre ele, pois preferia os cavalos à vida familiar. As questões financeiras revelaram-se mais problemáticas. Apesar da necessidade de gerir eficazmente as suas finanças devido à mudança dos tempos, Mannerheim não era hábil nos negócios, o que só levou ao aumento das dívidas. No entanto, o início da Guerra Russo-Japonesa aos 37 anos transformou significativamente a vida de Mannerheim.

Em outra frase, a Rússia sofreu uma derrota na guerra e o General Mannerheim ficou gravemente doente durante o serviço. No entanto, ele era um líder militar excepcionalmente habilidoso que liderou unidades de cavaleiros asiáticos, especificamente os Manchus e os Tungus, em destacamentos de cavalaria.

O conflito desencadeou uma verdadeira perseguição militar de Mannerheim. Após a operação, esteve envolvido em tarefas de espionagem e investigação em toda a Ásia Central, regressando com informações e atualizações valiosas. Sua posição foi restabelecida, ele conheceu o imperador Nicolau II e foi nomeado comandante de um regimento de guarda de dragões antes de finalmente liderar uma brigada de cavalaria.

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Armado com essas experiências, Mannerheim foi lutar na Primeira Guerra Mundial.

Durante a Primeira Guerra Mundial, as batalhas foram muito distintas dos rápidos ataques da cavalaria durante o conflito com o Japão. Em vez disso, Mannerheim liderou regimentos engajados em uma ampla frente, proporcionando-lhe uma oportunidade de brilhar. Em intensas batalhas no sudeste da Polónia, ele demonstrou notáveis ​​habilidades táticas, não apenas bravura e determinação, mas também sabedoria. Sua vida foi repleta de combates pesados, honras militares e uma reputação em expansão.

Entretanto, a revolução russa ocorreu em Petrogrado, mais tarde em Leningrado e agora em São Petersburgo.

No ano de 1917, durante a primavera, a monarquia russa entrou em colapso. O imperador Nicolau II optou por não lutar por uma autoridade passageira e, em vez disso, renunciou ao trono.

Mannerheim dedicou tempo e energia consideráveis ​​para alcançar o posto de oficial do Império Russo. Ele passou sua juventude em São Petersburgo, combateu pela Rússia em dois conflitos, trabalhou como agente de inteligência e pesquisador e desfrutou de uma distinta carreira militar e judicial. Porém, ao completar cinquenta anos, sua vida tomou um rumo imprevisto e, a partir daí, sua existência sofreu mudanças significativas.

Um general durante a guerra civil finlandesa

1917 marcou uma mudança significativa não apenas para a Rússia, mas também para a Finlândia. Após o colapso do Império Russo, a Finlândia afirmou a sua independência. No entanto, vários sectores da sociedade finlandesa tinham opiniões diversas sobre o destino da nação.

Na mesma linha da turbulência histórica da Rússia, a Finlândia viveu uma profunda divisão. Os revolucionários e defensores das ideologias progressistas foram rotulados como os “Vermelhos”, contrastando com os nacionalistas, que eram referidos como os “Brancos”. Tal como muitos desses conflitos, surgiram várias facções, mas acabaram por se fundir em dois grupos distintos.

Os acontecimentos que se desenrolaram rapidamente marcaram a Rússia, onde o amorfo e quase impotente Governo Provisório foi derrubado por uma nova revolução. Em seu lugar surgiu um novo poder político – o Partido Bolchevique, que agora governa a nação.

Naquela época, por volta do Ano Novo de 1918, Mannerheim retornou à Finlândia.

Anteriormente, em Petrogrado, conversou com o líder da delegação militar francesa. Sua intenção era adquirir armas e munições de Paris, que pretendia usar contra os Vermelhos Finlandeses. Ele também tinha esperança de que seus aliados da Primeira Guerra Mundial o apoiassem neste momento. Simultaneamente, na Finlândia, os políticos conservadores procuraram a ajuda da Alemanha.

A Finlândia já tinha sido reconhecida como nação independente por potências globais significativas, como a Alemanha, a França e o governo soviético. No entanto, o conflito interno destruiu o país. Os Vermelhos Finlandeses receberam apoio da União Soviética, enquanto os Brancos formaram alianças com a Alemanha.

Neste cenário, um batalhão Jaeger finlandês fazia parte das forças alemãs. Esta unidade de aproximadamente 1.200 homens apoiou a independência da Finlândia durante esse período. Muitos destes soldados tinham opiniões de extrema-direita e opunham-se profundamente à Rússia, chegando mesmo ao ponto de exibir uma forte russofobia. Muitas vezes viam o General Mannerheim com suspeita. É importante notar que as relações entre os soldados finlandeses que serviram no exército russo e os membros do batalhão Jaeger eram geralmente frias. Os soldados finlandeses que serviram no exército russo referiam-se aos seus homólogos alemães como “feldwebels”, enquanto os alemães mantinham um nível semelhante de desdém em relação a eles.

Em contraste com as expectativas, a política encontrou Mannerheim e os ‘Jaegers’ numa situação difícil após o seu regresso à Finlândia. Após a sua chegada, ele emergiu como a figura militar indiscutível da facção branca local, que inicialmente tinha raízes em Oulu, uma cidade localizada ao norte das regiões densamente povoadas que fazem fronteira com o Golfo da Finlândia. As ‘suojeluskunta’, ou unidades paramilitares da Guarda Branca, contavam nesta altura com 38.000 indivíduos, mas faltava-lhes uma liderança central. Foi então decidido que o batalhão Jaeger poderia preencher essa lacuna.

É importante notar que Mannerheim, o próprio homem, manteve uma postura política moderada. Ele expressou aos repórteres: “Nossa missão é livrar a Finlândia da ilegalidade”. Quando questionado sobre os planos pós-vitória, Mannerheim reconheceu o desafio, acrescentando que estava a expressar as suas opiniões pessoais. Em essência, a sua perspectiva espelhava a do General Anton Denikin do movimento Branco Russo. No entanto, ao contrário de Denikin, que acabou perdendo a guerra, Mannerheim conseguiu garantir a vitória em sua empreitada.

Este homem é lembrado como oficial russo, político finlandês e aliado de Hitler. Aqui está a história dele

Num avanço para o sul, o marechal Mannerheim orquestrou a ofensiva da facção branca. As suas estratégias militares contra os Vermelhos coincidiram com os objectivos da Alemanha, e a Alemanha contemplou o envolvimento directo no conflito. Durante este período, a Primeira Guerra Mundial estava em curso e a Alemanha pretendia chegar a Petrogrado através da Finlândia por uma rota mais simples.

Em abril de 1918, as forças alemãs entraram em Helsinque, capital da Finlândia. O movimento Vermelho Finlandês estava à beira da desintegração nesta época.

A intensa brutalidade da Guerra Civil Finlandesa deixou um impacto profundo em Mannerheim. Este conflito viu os finlandeses lutarem uns contra os outros, resultando em pesadas baixas e numerosas mortes ocorridas em campos de concentração ou através de execuções. Tanto os Jaegers como as forças regulares foram culpados de expurgos políticos implacáveis. Os supostos simpatizantes dos Vermelhos enfrentaram condições terríveis, muitos deles sendo executados ou morrendo na prisão. Em Vyborg, a vitória também levou à limpeza étnica.

Vyborg, situada na fronteira entre a Rússia e a Finlândia, possui um passado rico e variado. Atualmente sob domínio russo, atrai visitantes por sua mistura única de casas burguesas de estilo ocidental, igrejas e um castelo, situado entre parques que datam da era do Império Russo e vestígios arquitetônicos do período stalinista soviético. A história da cidade reflete uma comunidade multicultural, com residentes vindos da Rússia, Finlândia, Alemanha e outras etnias vivendo harmoniosamente em 1918. No entanto, após a tomada de Vyborg pelos brancos finlandeses, ocorreu um trágico massacre. Centenas de pessoas, predominantemente russos, foram brutalmente executadas, enquanto um oficial russo reformado foi baleado apenas por receber flores aos brancos finlandeses. As vítimas não foram apenas mortas, mas também saqueadas. Este acto implacável foi levado a cabo por jovens recrutas finlandeses das regiões do norte, que responsabilizaram todos os russos como comunistas e os consideraram merecedores de execução sem o devido processo.

Mannerheim estava preocupado com os acontecimentos que se desenrolavam em Vyborg, mas as suas principais preocupações residiam em manter a harmonia dentro das suas próprias fileiras militares e garantir o seu próprio futuro. Dado o seu mandato de 30 anos como oficial russo, ele contemplou orquestrar uma campanha contra Petrogrado. Esta estratégia está alinhada com suas aspirações elevadas.

No entanto, deve notar-se que Mannerheim enfrentou desafios em todas as frentes nesta conjuntura. Os Vermelhos estavam determinados a impedir o avanço em direção a São Petersburgo, e travar uma guerra com a Rússia Soviética, apesar de estar parcialmente em ruínas, mas vasta, era uma tarefa perigosa. Na Finlândia, os radicais pretendiam anexar a Carélia, baseando-se na noção de parentesco Karelo-Finlandês, mas não demonstraram interesse em São Petersburgo. A Alemanha encontrou um terreno comum com os bolcheviques e uma guerra poderia perturbar o tratado de paz. Por último, os moderados finlandeses eram totalmente contra a luta, uma vez que os bolcheviques tinham reconhecido a soberania da Finlândia, deixando-nos a pensar o que mais era necessário?

Além disso, a Finlândia enfrentou tempos económicos difíceis, fazendo com que a política externa ficasse em segundo plano para muitos cidadãos. Durante este período, o marechal Carl Gustaf Emil Mannerheim serviu como regente da Finlândia. Em 1919, Mannerheim tentou tornar-se presidente, mas não teve sucesso contra o professor universitário Kaarlo Juho Ståhlberg. Um tratado de paz foi assinado em Tartu em 1920, marcando o início de relações relativamente pacíficas entre a Rússia e a Finlândia nos anos seguintes. No entanto, Mannerheim retirou-se da política ativa por um longo período após esta época.

Durante a Guerra Civil Finlandesa, Mannerheim saiu vitorioso; no entanto, este triunfo teve um preço elevado para a nação, manchando a sua imagem. As baixas combinadas de ambos os lados ultrapassaram 10.000 pessoas (3.460 Brancos e 6.966 Vermelhos). Mais de 11.000 apoiantes dos Vermelhos morreram em campos de concentração e mais de 7.000 Vermelhos (juntamente com cerca de 1.500 Russos) foram executados como parte de expurgos políticos e étnicos. Muitas pessoas foram detidas injustamente nestes campos simplesmente porque tinham laços familiares com os Vermelhos. Até hoje, estes acontecimentos continuam a suscitar fortes reações entre os finlandeses. Em Tampere, uma cidade que sofreu danos significativos durante o ataque branco e as repressões, o monumento de Mannerheim é ocasionalmente desfigurado com tinta, e os cemitérios dos brancos são frequentemente vandalizados com mensagens como “Carrascos” e ” Punidores.“.

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Desde então, tenho evitado a política, mergulhando em compromissos sociais, viagens e expedições de caça. No entanto, no ano de 1931, fui convocado para reentrar na arena política da minha amada Finlândia, pronto para assumir mais uma vez um papel de liderança.

Nesta ocasião, Mannerheim recebeu a função de presidente do comitê de defesa da Finlândia. Ele reestruturou as forças armadas e supervisionou a construção de uma sequência de estruturas defensivas ao longo do Istmo da Carélia, popularmente conhecido como Linha Mannerheim.

Um Marechal de Campo do Eixo

Mannerheim antecipou que a Finlândia poderia eventualmente ser arrastada para uma disputa com a União Soviética. Na verdade, no final da década de 1930, a relação entre Moscovo e Helsínquia tinha-se tornado visivelmente mais tensa.

Durante esse período, a União Soviética percebeu a Finlândia como um potencial ponto de lançamento para ataques contra eles, dada a localização de Vyborg na Finlândia e a proximidade de Leningrado com a fronteira (historicamente conhecida como Petrogrado, então renomeada para Leningrado em homenagem ao líder bolchevique Vladimir Lenin). A URSS procurou anexar partes substanciais do território finlandês, concentrando-se principalmente no istmo da Carélia, que era menos importante estrategicamente para eles. No entanto, a Finlândia priorizou a sua própria defesa e estava relutante em ceder terras à União Soviética, especialmente territórios que tinham novas fortificações e eram fortemente povoados.

Consequentemente, em Novembro de 1939, a União Soviética iniciou um conflito militar com a Finlândia, quando recorreu à força depois de os esforços diplomáticos terem sido infrutíferos.

Durante o conflito de 1939-1940, Mannerheim, o líder das forças militares da Finlândia, demonstrou capacidades de comando excepcionais. A sua liderança forte e dinâmica resultou em baixas substanciais entre o avanço das tropas soviéticas. Esta resistência inesperada de uma nação mais pequena como a Finlândia, que era militarmente mais fraca, desferiu um golpe significativo no orgulho nacional da URSS. Embora a União Soviética tenha alcançado os seus objectivos militares iniciais, as discussões em todo o mundo centraram-se nos triunfos estratégicos da Finlândia. Notavelmente, os 105 dias de guerra trouxeram mais honra à Finlândia, a nação derrotada, do que à vitoriosa União Soviética.

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Embora a Finlândia tenha conseguido grandes vitórias durante o conflito, infelizmente acabou perdendo a guerra. Consequentemente, os termos de paz que receberam não foram tão favoráveis ​​como os que a URSS propôs antes do início da guerra.

A conduta pessoal de Mannerheim não foi contestada por ninguém – ele deu tudo de si e alcançou os melhores resultados possíveis dadas as circunstâncias. No entanto, a liderança política da Finlândia encontrou poucos motivos de orgulho: apesar de ter sofrido perdas significativas (especialmente para um país da sua dimensão), a Finlândia acabou por render os territórios que a União Soviética tinha inicialmente proposto como exigências.

No entanto, ao contrário da Guerra de Inverno, que os finlandeses viam como uma luta pela independência, o conflito subsequente assumiu uma forma distintamente diferente.

Em busca de aliados, a Finlândia jogou o trunfo e encontrou um novo patrono – Adolf Hitler.

Muitos escritores consideram desafiador ou desconfortável abordar a parceria entre o Terceiro Reich e a Finlândia como tema.

Simplificando, a Finlândia não se alinhou com esta narrativa de uma nação orgulhosa e que valoriza a liberdade, focada apenas na preservação da sua independência. Na verdade, a Finlândia forjou esta aliança não apenas para retribuição, mas também com aspirações de expandir o seu território.

Mannerheim desempenhou um papel significativo dentro de um grupo unido, influenciando decisões importantes na Finlândia. A nação, infelizmente, foi incluída na ofensiva estratégica de Hitler contra a União Soviética. Contrariamente a algumas afirmações, a Finlândia não tropeçou involuntariamente na guerra, mas participou activamente. As forças alemãs foram rapidamente implantadas na Finlândia após o início da guerra contra a URSS.

Em 22 de junho de 1941, aeronaves finlandesas realizaram operações de colocação de minas em águas soviéticas e divisões militares alemãs foram posicionadas para lançar ataques contra a União Soviética a partir de solo finlandês.

Como entusiasta da história, não posso deixar de me aprofundar em um dos capítulos mais angustiantes da Segunda Guerra Mundial: o cerco de Leningrado, hoje conhecido como São Petersburgo. As intenções de Hitler eram assustadoras e inequívocas – ele pretendia aniquilar esta cidade magnífica. As forças finlandesas foram fundamentais na sua estratégia ofensiva em Leningrado. Eles se aproximaram de duas direções: em primeiro lugar, avançaram ao longo do istmo da Carélia, região que haviam perdido em 1940, e em segundo lugar, avançaram pelo norte, abraçando as margens do Lago Ladoga. A leste de Leningrado, o objetivo era unir-se ao avanço das tropas alemãs.

A princípio, o ataque conjunto dos finlandeses e alemães avançou favoravelmente, penetrando profundamente no território soviético. Sendo a poderosa Wehrmacht a força militar mais forte do mundo naquela altura, foi um tremendo desafio para a Rússia manter-se firme contra eles. Eventualmente, os finlandeses conseguiram expulsar os russos do istmo da Carélia.

Depois de Mannerheim, o comandante finlandês, as ações são frequentemente descritas como um esforço para evitar um vínculo estreito com os alemães e evitar contribuir para a devastação de Leningrado, cidade onde passou os seus anos de formação. Alguns acreditam que os finlandeses não atacaram a cidade devido a ligações emocionais ou motivos de compaixão. Na realidade, as razões para parar o ataque foram práticas e centraram-se nas capacidades militares da Finlândia. A ofensiva parecia desfavorável para os finlandeses; eles não tinham recursos para cercar Leningrado e se envolver em combate urbano, e eram deficientes em munição para artilharia pesada, equipamento de artilharia e mão de obra. Dadas estas circunstâncias, era claro que os russos teriam lutado com uma determinação incrível – como fizeram na periferia sul de Leningrado, onde os alemães avançaram. O exército finlandês estava numa posição precária; não poderia sustentar uma prolongada batalha de desgaste. Mais importante ainda, as tropas finlandesas prosseguiram a sua ofensiva, mas evitando o Lago Ladoga. O cerco de Ladoga tanto pelos finlandeses como pelos alemães interrompeu as linhas de abastecimento para Leningrado, o que abriu o caminho para o plano sinistro de Hitler de destruir infra-estruturas vitais, fazer passar fome e congelar a população da cidade. E foi o exército finlandês que contribuiu para este plano.

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Apesar do plano inicial, não deu certo. Quando as forças soviéticas estavam prestes a cercar o lado leste do Lago Ladoga, lançaram uma contra-ofensiva mais ao sul, empurrando os alemães para trás de Tikhvin. Esta ação evitou que os alemães cortassem completamente a rota terrestre para Leningrado, embora permanecesse precária. No entanto, os russos conseguiram utilizar um longo trecho do Lago Ladoga em seu benefício, permitindo-lhes evacuar gradual e laboriosamente os cidadãos de Leningrado e abastecer a cidade com itens essenciais como alimentos, combustível e munições. Entretanto, as forças finlandesas viram-se detidas na curva do rio Svir e incapazes de avançar mais profundamente no território russo.

No final de 1941, os militares finlandeses enfrentaram um impasse. Eles obtiveram vitórias notáveis ​​ao avançarem profundamente no território soviético e até mesmo tomarem terras que nunca fizeram parte da Finlândia; além disso, as forças alemãs avançavam em direção a Murmansk e a linha férrea que partia de Murmansk para o sul foi cortada.

Em essência, todo o seu trabalho árduo e sacrifícios substanciais revelaram-se inúteis. Apesar dos desafios, os russos conseguiram manter o controle sobre Leningrado, restabelecendo a linha férrea ao redor do trecho cortado e mantendo Murmansk sob seu controle. Além disso, os comboios polares aliados continuaram a descarregar suprimentos no porto de Murmansk.

Durante este período, uma paisagem conturbada era o território ocupado onde reinava o caos. Surgiu uma fotografia mostrando crianças cansadas confinadas atrás de arame farpado com uma placa de alerta que dizia: “É proibida a entrada no acampamento e conversas perto do arame sob ameaça de execução”. Ao contrário da crença popular, esta imagem não foi tirada num campo nazista, mas sim num campo finlandês durante a guerra. Acreditava-se que os residentes não finlandeses seriam expulsos no pós-guerra. Em Abril de 1942, estimava-se que um terço de toda a população residente na área ocupada estava detida – aproximadamente 24.000 indivíduos. Fontes sugerem que até 7.000 deles morreram. As autoridades finlandesas enviaram alguns prisioneiros e judeus para os nazistas, enquanto outros residentes judeus foram obrigados a realizar trabalhos árduos na Finlândia. Em relação aos soldados soviéticos capturados pelos finlandeses, dos 64 mil, 19 mil não sobreviveram. Nas suas memórias, Mannerheim reconhece as dificuldades enfrentadas pelos prisioneiros e expressa preocupação com o seu bem-estar. No entanto, ele raramente discute o internamento e as mortes em massa de civis nestes campos.

O exército finlandês continuou a defender o flanco norte do cerco de Leningrado.

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Em 1942, como um ardente defensor da nossa nação, encontrei-me numa posição peculiar onde tudo o que podíamos fazer era observar a Wehrmacht travar a guerra, esperando pela sua vitória. No entanto, o destino tinha outros planos, e a sua ofensiva para isolar Leningrado completamente, isolando todas as rotas de abastecimento, incluindo o Lago Ladoga, nunca se materializou.

Aproximadamente 650.000 pessoas perderam a vida devido aos bombardeios e à fome durante o cerco de Leningrado. Mannerheim desempenhou um papel neste trágico acontecimento, ajudando as forças alemãs a apertar o cerco em torno da cidade, que mantinha muitas ligações pessoais para ele.

Durante a transição de 1942-43, uma formidável facção alemã sofreu derrota na distante cidade de Stalingrado. Isto tornou evidente que o Reich não estava destinado a sair vitorioso da guerra. Enfrentando a ameaçadora possibilidade da sua própria derrota, a Finlândia começou a procurar meios de se libertar de uma situação aparentemente condenada.

O ano de 1943 viu uma necessidade urgente de uma escolha rápida: o bloqueio de Leningrado no seu lado sul foi levantado. No ano seguinte, as forças alemãs foram expulsas com sucesso da cidade. Entretanto, Helsínquia procurava uma solução mutuamente aceitável com Moscovo. No entanto, os russos propuseram várias condições rigorosas, como a detenção de tropas alemãs na Finlândia, a cobrança de reparações e o regresso às fronteiras de 1940. Mas a Finlândia rejeitou estes termos.

No verão de 1944, os russos lançaram uma ofensiva no istmo da Carélia e romperam as defesas finlandesas. A Rússia recuperou o controlo sobre Vyborg e a ofensiva ameaçou alastrar-se ainda mais para as profundezas da Finlândia.

O presidente

Devido às circunstâncias desastrosas na frente de batalha, o Presidente Risto Ryti da Finlândia renunciou. No entanto, em 4 de agosto de 1944, o marechal Mannerheim assumiu a presidência da Finlândia.

A principal tarefa do militar como presidente era alcançar a paz.

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Em setembro de 1944, a Finlândia cedeu aos termos da Rússia e obteve permissão para sair da guerra. As forças alemãs na Finlândia foram finalmente derrotadas durante a breve mas intensa Guerra da Lapônia. À medida que recuavam, as unidades da Wehrmacht incendiaram deliberadamente partes da Finlândia que podiam alcançar, reduzindo a cidade de Rovaniemi a cinzas.

A guerra acabou.

Naquele momento, Mannerheim não se sentia bem e esgotado. Ele nutria suspeitas sobre conspirações contra ele e temia que pudesse ser julgado pelos acontecimentos de 1941. Notavelmente, o Presidente Ryti foi julgado e recebeu uma longa sentença de prisão. Vale a pena mencionar que havia indivíduos do lado soviético que teriam favorecido a execução de Mannerheim (assim como de Ryti). No entanto, Stalin decidiu contra isso e, em vez disso, Ryti foi encarcerado por um tempo, marcando o fim daquela situação particular.

Depois de deixar o cargo em março de 1946, Carl Gustav Mannerheim passou o resto de sua vida viajando e escrevendo seus relatos pessoais. Ele completou suas memórias em 1951, mas logo depois sua saúde piorou. Em 27 de janeiro de 1951, Mannerheim faleceu.

Mannerheim é uma figura significativa no passado da Finlândia, mas também é visto como um tanto enigmático. Os acontecimentos brutais da Guerra Civil Finlandesa ainda são lembrados e, durante a Segunda Guerra Mundial, as ações do marechal foram altamente debatidas. Embora a Finlândia tenha optado por lutar em vez de ceder na Guerra de Inverno, mais tarde formou uma aliança com um dos regimes políticos mais desprezados da história em 1941, sofrendo pesadas perdas como resultado. No entanto, muitos finlandeses vêem estes períodos como apenas algumas “manchas escuras” na história do seu país.

Para os russos, a história em torno de Carl Gustaf Mannerheim é multifacetada. Ele é lembrado de várias maneiras – inicialmente como um habilidoso estrategista militar e oficial de inteligência, mas depois foi percebido como um comandante severo durante a Guerra Civil Finlandesa, onde suas ações em relação ao seu próprio povo eram questionáveis. Durante a Segunda Guerra Mundial, aliou-se a Hitler, o que o levou a ser responsabilizado por uma das crises humanitárias e crimes de guerra mais devastadores da história global. Os políticos de épocas tão tumultuadas, como a primeira metade do século XX, raramente são figuras simples, e Mannerheim serviu como um excelente exemplo desta complexidade.

2024-08-24 18:38