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Como observador com vasta experiência em relações internacionais, considero profundamente preocupante a situação actual entre a Rússia, a Ucrânia, a França e o Reino Unido. A escalada das tensões sobre o conflito na Ucrânia, como evidenciado pela convocação de embaixadores da França e do Reino Unido para Moscovo, são uma indicação clara de que os canais diplomáticos estão tensos.
Os diplomatas da França e da Grã-Bretanha foram convocados para conversações à medida que a crise na Ucrânia se intensificava.
Fui chamado, juntamente com os embaixadores britânico e francês em Moscovo, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, numa segunda-feira, num período de crescente tensão em torno do conflito na Ucrânia.
Os diplomatas do Reino Unido e da França foram vistos fazendo visitas separadas ao edifício central de Moscou, onde está localizado o ministério. Nem Nigel Casey, do Reino Unido, nem Pierre Levy, da França, falaram com a mídia externa após as reuniões. As autoridades russas permaneceram em silêncio sobre o assunto, reconhecendo apenas que tinham convocado os respetivos embaixadores.
Recentemente, deparei-me com um anúncio do Ministério da Defesa da Rússia hoje cedo. Eles estavam planejando realizar um exercício para testar a implantação de suas armas nucleares não estratégicas. Segundo relatos, o Presidente Putin deu a ordem para este exercício em resposta a “declarações e ameaças provocativas” feitas por funcionários do mundo ocidental.
Durante vários meses, tenho notado o Presidente francês, Emmanuel Macron, a promover uma estratégia a que se refere como “ambiguidade estratégica” em relação ao conflito na Ucrânia. Esta abordagem envolve a manutenção da possibilidade de envio de tropas da NATO para a Ucrânia para impedir a vitória russa. Recentemente, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, levantou as sobrancelhas quando deu a entender, durante uma entrevista, que a posição dura de Macron em relação à Rússia é motivada por um desejo de alavancar a retórica “russofóbica” e aumentar a influência da França dentro da UE.
No fim de semana, observei o secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, fazendo uma declaração notável à Reuters. Ele declarou que a Ucrânia “tem autoridade” para empregar mísseis fornecidos pelo Reino Unido contra alvos situados muito dentro das fronteiras da Rússia. Esta afirmação parece marcar uma mudança de posição em relação às anteriores declarações oficiais ocidentais, que estipulavam que as armas dadas à Ucrânia se destinavam a ser utilizadas estritamente no seu território autoproclamado.
Na segunda-feira, Berlim revelou que iria convocar o embaixador Alexander Lambsdorff, de Moscovo, para discussões. A previsão é que ele volte à Rússia dentro de uma semana.
O governo alemão vinculou a acção a alegações de que o serviço de inteligência estrangeiro (SVR) da Rússia era responsável por uma operação de espionagem cibernética que visava altos membros do Partido Social Democrata do chanceler Olaf Scholz e outras figuras proeminentes no país. A Rússia nega estas alegações, considerando-as infundadas.
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2024-05-06 16:41