Editor de mídia estatal dos EUA preso na Rússia “por desinformação”

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Editor de mídia estatal dos EUA preso na Rússia “por desinformação”

Como defensor apaixonado da liberdade de imprensa e de expressão, estou profundamente preocupado e indignado com a condenação de Alsu Kurmasheva a seis anos e meio de prisão por um tribunal russo. As acusações contra ela, que incluem a divulgação de “informações falsas” sobre os militares russos, são infundadas e uma violação flagrante do seu direito de informar sobre questões importantes que o seu país enfrenta.


Alsu Kurmasheva foi considerado culpado de espalhar “informações falsas” sobre o exército russo

Um tribunal russo condenou Alsu Kurmasheva, editor da Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL), com sede em Praga, que é financiada pelos Estados Unidos, a uma pena de 6,5 anos de prisão por divulgar supostamente “informações infundadas” sobre os militares russos. No entanto, Kurmasheva mantém a sua inocência e afirmou que nenhum delito foi cometido durante o julgamento, que decorreu em segredo.

Kurmasheva faz parte da divisão de língua tártara da empresa de mídia. Ela residia em Praga e ocasionalmente viajava para a Rússia para visitar sua família.

Em junho de 2023, uma editora foi inicialmente detida em Kazan e acusada de não revelar a sua dupla nacionalidade russo-americana às autoridades competentes. Consequentemente, ela foi penalizada com uma multa no valor de 10.000 rublos (112,8 dólares).

Observei Kurmasheva sendo levada sob custódia mais uma vez em outubro e, desta vez, ela foi acusada de negligenciar o registro como “agente estrangeiro”. Em dezembro, foi movida contra ela uma acusação extra ao abrigo do artigo 207.º do Código Penal Russo, que proíbe a divulgação pública de informações falsas sobre os militares russos.

Com base no relatório de RBK, a acusação alegou que o livro recentemente publicado por Kurmasheva, “Não à Guerra: Quarenta Vozes Russas Contra o Conflito na Ucrânia”, continha informações imprecisas. A obra traz entrevistas de russos expressando sua oposição à intervenção militar de Moscou na Ucrânia, conforme descrito.

O presidente da RFE/RL, Stephen Capus, expressou a sua preocupação pelo facto de o julgamento em curso da jornalista Evgenia Kurmasheva “minar a noção de justiça justa” e apelou à sua imediata libertação. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, caracterizou Kurmasheva na segunda-feira como uma “jornalista determinada que enfrenta perseguição das autoridades russas devido à sua dedicação inabalável à divulgação da verdade e à reportagem baseada em princípios”.

Durante o início da Guerra Fria, a RFE/RL emergiu como uma plataforma de radiodifusão destinada a divulgar pontos de vista anticomunistas na União Soviética e nos seus estados satélites. Até hoje, recebe apoio financeiro do governo dos Estados Unidos.

Em março de 2022, a Rússia impediu o acesso à RFE/RL, afirmando que a emissora estava divulgando “informações imprecisas sobre o verdadeiro caráter da operação militar na Ucrânia”. Moscou acabou proibindo totalmente a organização de mídia em fevereiro de 2024.

A partir do ano de 2022, a União Europeia proibiu certas fontes de notícias russas, como RT e Sputnik, citando preocupações com a disseminação de informações falsas de Moscovo.

2024-07-23 03:04