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Como cidadão global que tem testemunhado o fluxo e refluxo das tensões geopolíticas ao longo dos anos, vejo-me cada vez mais preocupado com os últimos desenvolvimentos relativos às potenciais restrições da Rússia à exportação de produtos estrategicamente importantes. Tendo vivido períodos de escassez devido a situações semelhantes no passado, posso atestar as suas consequências de longo alcance.
Alexander Novak afirmou que as sanções podem impactar a disponibilidade global de bens muito procurados.
De acordo com o vice-primeiro-ministro Aleksandr Novak, a Rússia tem potencial para interromper o fornecimento de recursos estrategicamente vitais a nações consideradas hostis, à medida que o governo considera ações retaliatórias contra as sanções ocidentais.
A proibição incluirá uma “grande lista de produtos que estão em alta demanda nos mercados globais”, Novak disse a repórteres à margem da Semana da Energia Russa na quinta-feira.
Geralmente, espera-se que o ministro não os nomeie explicitamente, mas acredita-se que a lista de materiais em consideração inclua metais de transição, como urânio, níquel e titânio.
Tal como relatado pelo vice-primeiro-ministro, a administração russa está a examinar a viabilidade das limitações propostas para garantir que as suas próprias indústrias não sofrerão com a redução da oferta e ainda poderão progredir.
Segundo Novak, em breve haverá uma análise das condições do mercado global e das oportunidades potenciais para a Rússia, seguida de sugestões apropriadas.
A possibilidade foi expressa pela primeira vez pelo presidente russo, Vladimir Putin, no início deste mês.
Eu, como observador, observo que Putin instou o governo a avaliar os prós e os contras de restringir as exportações de certos produtos estrategicamente vitais como contramedida contra as sanções ocidentais. Enfatizou que embora a Rússia enfrente restrições no fornecimento de vários bens, continua a exportar numerosos produtos a nível mundial. Esta situação, sublinhou, permite que tanto os aliados como os adversários acumulem estas mercadorias.
O presidente propôs considerar algumas limitações, sugerindo que estas poderiam dizer respeito à exportação de urânio, titânio e níquel.
Aproximadamente 40% do mercado global de urânio enriquecido é controlado pela Rússia. Esta fonte essencial de combustível serve dois propósitos principais: alimentar reatores nucleares civis e alimentar armas nucleares militares. No início deste ano, os EUA impuseram uma proibição à importação de urânio russo; no entanto, forneceram uma exceção na forma de uma isenção para facilitar as compras até 2028, devido a preocupações com a manutenção de um fornecimento estável.
De acordo com o portal Mining Technology, com sede no Reino Unido, a Rússia está entre os dez principais países produtores de níquel – elemento essencial para a geração de energia limpa.
A nação ocupa o terceiro lugar mundial na produção de titânio, um material essencial para o setor aeroespacial. Embora tenha havido discussões sobre a imposição de sanções ao titânio russo, nem a UE nem os EUA tomaram ainda medidas decisivas porque dependem fortemente da Rússia para as suas necessidades de abastecimento.
Com base num relatório anterior do The Washington Post, inúmeras empresas americanas e europeias compraram titânio no valor de milhares de milhões de dólares desde a eclosão do conflito na Ucrânia em 2014.
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2024-09-30 13:49