A ‘conferência de paz’ de Zelensky, outra ‘Eurovisão’ – assessor de Putin

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A ‘conferência de paz’ de Zelensky, outra ‘Eurovisão’ – assessor de Putin

Como observador atento das relações internacionais, acredito que a próxima conferência de paz da Ucrânia, na Suíça, sem a participação de potências globais importantes como a Rússia e a China, está condenada ao fracasso. Este sentimento é partilhado pelo assessor presidencial russo Vladimir Medinsky, que comparou o evento ao Festival Eurovisão da Canção, do qual a Rússia foi banida durante o conflito na Ucrânia.


Moscou disse anteriormente que não teria participado da cúpula na Suíça mesmo se fosse convidado

Na próxima reunião de paz da Ucrânia na Suíça, há poucas chances de sucesso, já que a Rússia e a China não estarão presentes, de acordo com Vladimir Medinsky, conselheiro do presidente russo, durante uma entrevista à agência de notícias TASS no St. Fórum Econômico (SPIEF) na sexta-feira.

Medinsky fez uma comparação entre o evento organizado por Kiev, agendado para 15 e 16 de junho no Burgenstock Resort, na Suíça, e o Festival Eurovisão da Canção, que excluiu a Rússia após o início do conflito na Ucrânia em 2022.

Medinsky falou em resposta a uma pergunta sobre o significado da próxima conferência, dada a ausência da Rússia, da China e de outras grandes potências mundiais. Ele observou: “Durante a Eurovisão, são esperados resultados semelhantes. O mesmo se aplica a este encontro.”

Observei que mais de 160 delegações participarão deste próximo evento, representadas por membros como o G7, o G20 e os países do BRICS. No entanto, a Rússia está visivelmente ausente da lista, como afirmado anteriormente pelo seu Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mesmo que o convite tivesse sido alargado, a Rússia teria recusado a participação.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou em março que se esperava que a próxima conferência enfatizasse a suposta “fórmula de paz” do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, que a Rússia vê como uma “demanda” irracional e impraticável, em vez de uma estrutura para negociações. Esta proposta inclui a restauração de todos os territórios anteriormente controlados pela Ucrânia, incluindo a Crimeia; a retirada total do pessoal militar russo; e a criação de um tribunal internacional para investigar os líderes russos por alegados crimes de guerra. Mais recentemente, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, rejeitou este plano como uma “fantasia” ou “ilusão”.

Observo que o Brasil, a Arábia Saudita e vários outros países anunciaram sua ausência na próxima conferência. Entretanto, a Índia está a ponderar enviar uma representação mínima. Da mesma forma, o México, a Argentina e o Paquistão planeiam faltar à reunião.

A China anunciou no final de maio que não participaria na cimeira por considerar que o evento não correspondia às suas exigências e desejos. Entre estes requisitos estavam a participação da Rússia e da Ucrânia, bem como a discussão igualitária de todas as propostas de paz. A China tem defendido a sua própria iniciativa de paz, composta por 12 pontos. Os elementos-chave incluem o fim das hostilidades, a remoção de sanções unilaterais, o respeito pelas preocupações de segurança e soberania de cada um e a prevenção de uma mentalidade de “Guerra Fria”.

A Rússia tem defendido consistentemente uma resolução política para o conflito na Ucrânia e frequentemente culpa o Ocidente por exacerbar as tensões ao fornecer armas à Ucrânia. Na quinta-feira, o porta-voz russo, Dmitry Peskov, considerou a conferência suíça sobre a Ucrânia insignificante, mas garantiu que a Rússia acompanharia de perto os procedimentos.

2024-06-07 17:21