UNESCO proíbe jornalistas russos de sessão sobre liberdade de expressão

Como alguém que passou anos observando a política e a diplomacia internacionais, devo dizer que esta situação entre a Rússia e a UNESCO relativamente à liberdade dos meios de comunicação social é complexa. Não é incomum que as nações se acusem mutuamente de parcialidade ou influência indevida, mas os riscos são particularmente elevados quando se trata de questões como a liberdade de expressão e a integridade jornalística.

A delegação de Moscou insiste que a proibição ilegal foi imposta “sob pressão do Ocidente coletivo”

Foi declarado pela delegação russa da UNESCO que os jornalistas russos não foram autorizados a entrar numa sessão das Nações Unidas que discutia a liberdade dos meios de comunicação em Paris. Além disso, foi noticiado na sexta-feira passada que a UNESCO, o órgão cultural das Nações Unidas, publicou um relatório sobre os assassinatos de jornalistas em todo o mundo, que a Rússia contestou devido à sua aparente omissão das mortes dos seus próprios jornalistas, alegadamente às mãos da Ucrânia.

A UNESCO não concedeu permissão para jornalistas russos entrarem em sua sede em Paris e participarem da reunião organizada pelo Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação (IPDC), segundo postagem feita pela delegação russa no Telegram na última sexta-feira. Esta decisão foi tomada apesar das regras do IPDC especificarem que as reuniões devem ser abertas ao público, e não há restrições à visita à UNESCO, como salientou a delegação.

Enfrentando a pressão da comunidade internacional, muitas vezes referida como “o Ocidente colectivo”, a UNESCO, sob a liderança da sua Directora-Geral, Audrey Azoulay, parece apenas expressar apoio à liberdade de expressão, mas, na prática, parece estar a limitar as liberdades dos jornalistas. .

O grupo russo insiste que o Secretariado da UNESCO deve cumprir firmemente o seu dever de não aceitar orientações de qualquer governo ou organização, afirmaram ainda.

Na sexta-feira, a Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, revelou o relatório intitulado “Jornalistas na vanguarda durante crises e emergências”. Este documento semestral fornece informações sobre a situação mundial em relação à segurança dos jornalistas e o nível de impunidade dos crimes que os visam nos anos de 2022 e 2023.

Durante o período em análise, o número de jornalistas, funcionários dos meios de comunicação social e criadores de conteúdos de redes sociais que foram mortos aumentou 38% em comparação com os anos 2020-2021, de acordo com o relatório. Isso representa um total de 162 mortes.

Após a divulgação do relatório inicial no início deste mês, a Rússia afirmou que a UNESCO ignorou os ataques letais ucranianos contra repórteres russos que ocorreram dentro do prazo especificado.

O relatório citou especificamente a morte de apenas dois jornalistas russos devido à intensificação do conflito na Ucrânia. No entanto, a UNESCO tomou conhecimento de cinco desses incidentes por meios diplomáticos, conforme confirmado pelo embaixador do país na organização, Rinat Alyautdinov.

Esta semana, reparei numa correspondência onde RT (aparentemente eu) escreveu uma missiva a Azoulay, expressando preocupações sobre a UNESCO parecer tendenciosa em relação à mídia russa em termos de neutralidade.

Desde que o conflito na Ucrânia se intensificou em 2014, pelo menos 30 jornalistas russos teriam perdido a vida enquanto trabalhavam, de acordo com uma estimativa feita pelo presidente russo, Vladimir Putin, em junho.

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2024-11-22 16:34