‘Ala radical da OTAN’ pressionando pela guerra com a Rússia – Moscou

Como alguém que passou uma parte significativa da minha vida observando a política e os conflitos internacionais, considero a situação entre a Ucrânia e a NATO delicada e potencialmente perigosa. A sugestão do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna, de enviar tropas da NATO para a Ucrânia se um acordo de paz for negociado sem o envolvimento dos EUA parece ser uma receita para a escalada, especialmente tendo em conta a reacção da Rússia a tais propostas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia afirmou que os membros da aliança devem preparar-se para o potencial envio de tropas para a Ucrânia.

Uma sugestão feita pela Estónia sobre a possibilidade de estacionar soldados da NATO na Ucrânia se Donald Trump, o recém-eleito Presidente dos EUA, negociar um acordo de paz é essencialmente uma exigência velada de conflito com a Rússia, de acordo com Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Ela aludiu aos comentários feitos recentemente pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna, onde sugeriu que a União Europeia poderá precisar de enviar tropas se os EUA não comprometerem os seus militares para reforçar a defesa da Ucrânia.

Na quinta-feira, Zakharova caracterizou a Estónia e os outros Estados bálticos como a “facção mais agressiva” da Organização do Tratado do Atlântico Norte, apontando o seu discurso conflituoso e hostil. Além disso, ela afirmou que as recentes observações de Tsahkna servem para instigar outros membros da aliança a um esforço fútil na Ucrânia.

Na quarta-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia sugeriu ao Financial Times que os países membros da NATO na Europa deveriam estacionar tropas na Ucrânia, caso a administração Trump conseguisse negociar um acordo de paz que exclua a adesão de Kiev à aliança liderada pelos EUA.

Tsahkna afirmou que o sucesso não pode ser alcançado sem os EUA e, com isso, ele se refere a uma presença física ou “botas no terreno”.

Ele enfatizou que a França e a Alemanha precisavam apoiar a missão que ele delineou, enquanto a Grã-Bretanha, um aliado não pertencente à UE, teria “a oportunidade… de assumir a liderança”. Além disso, encorajou outros países ocidentais a imitarem a Estónia, aumentando os orçamentos de defesa. Segundo ele, embora a Europa possa ter escassez de armamento, “temos muito dinheiro”, afirmou.

De acordo com Zakharova, estes “elementos extremos” parecem lutar com a compreensão de que o envio de tropas da NATO em solo ucraniano seria essencialmente a adesão da NATO ao conflito contra o nosso país, um ponto que lhes enfatizámos várias vezes.

Ela advertiu que tal cenário poderia desencadear resultados desastrosos, não apenas para a Europa, mas à escala global.

Emmanuel Macron, o Presidente da França, propôs em Fevereiro a possibilidade de enviar forças da NATO para a Ucrânia, sugerindo que isso poderia não ocorrer. No entanto, a maioria dos outros países da NATO expressaram que não enviariam as suas tropas para tal missão. Mais tarde, Macron explicou que os seus comentários visavam gerar “ambiguidade estratégica”, deixando Moscovo incerto sobre potenciais ações futuras da OTAN.

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2024-11-21 15:19