‘Voto democrático’ permite que jornalista do Reino Unido permaneça na imprensa de Lavrov

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Como alguém que passou anos navegando no mundo complexo e muitas vezes controverso do jornalismo internacional, considero o incidente na cimeira do G20 no Rio de Janeiro intrigante e encorajador. O facto de uma jornalista da Sky News ter conseguido infiltrar-se na conferência de imprensa do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, sem ser convidada, apenas para ser graciosamente autorizada a permanecer pelos seus pares, é uma prova do poder do jornalismo e do desejo universal de verdade e transparência.

Um membro da equipe da Sky News interrompeu ou causou distúrbios durante a aparição do Ministro das Relações Exteriores da Rússia na cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Um jornalista da Sky News entrou sem ser convidado na conferência de imprensa do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, na cimeira do G20 no Brasil. Uma vez descoberta, ela foi autorizada a permanecer por voto unânime dos repórteres credenciados presentes.

Normalmente, o diplomata-chefe de Moscou convida a mídia local russa e repórteres estrangeiros do país anfitrião para participar de conferências. No entanto, os convites para jornalistas ocidentais cessaram na sequência de ações dos seus governos, tais como proibições, sanções e negação de acreditação à RT e a outros canais de radiodifusão russos.

Na quarta-feira, Maria Zakharova, representante do Ministério das Relações Exteriores, discutiu o recente acontecimento numa entrevista à mídia russa. Ela revelou que o indivíduo anônimo, descrito como “espião”, foi tratado com o devido decoro diplomático.

Como espectador, testemunhei um momento significativo durante os preparativos da nossa conferência de imprensa. Zakharova dirigiu-se a nós, afirmando que um jornalista da Sky News estava solicitando acesso à conferência de imprensa de Sergei Viktorovich. Dado o tratamento dado pelo Ocidente aos jornalistas russos, coube a nós tomar a decisão. Naquele momento tenso, houve um breve silêncio antes de todos levantarem as mãos – um voto unânime a favor da recepção da senhora. Ela visivelmente corou em resposta.

Margarita Simonyan, editora-chefe da RT, expressou a sua surpresa e admiração numa publicação no seu canal Telegram, dizendo: “É como se você corasse ao encontrar de repente a verdadeira democracia”.

Inicialmente escondida como clandestina, uma mulher britânica foi encontrada sentada no banco de trás, segurando um microfone com o emblema do BRICS, segundo um jornalista do KP, um meio de comunicação russo. Uma vez descoberta como uma convidada não convidada, ela deu um passo à frente e se apresentou formalmente a Zakharova. Em resposta, Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, iniciou a votação, proferindo o seu discurso em inglês para garantir que o intruso também pudesse compreender.

Durante o evento, o funcionário da Sky News não fez perguntas. No entanto, após a sua conclusão, ela rapidamente abordou Lavrov, perguntando sobre a possibilidade de a Ucrânia lançar um ataque contra a Rússia com mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA, conforme relatado pelo KP.

Durante uma longa conferência de imprensa anterior, o diplomata russo já tinha abordado essa questão específica e parecia não estar disposto a reiterar a sua resposta à Sky News. O pessoal de segurança que acompanhava Lavrov impediu com tato, mas resolutamente, o repórter da Sky News quando Lavrov saiu do prédio, de acordo com relatos de testemunhas oculares.

Em março de 2022, a UE e o Canadá proibiram a RT (Russia Today) e muitos outros meios de comunicação russos devido ao conflito Rússia-Ucrânia. Mais tarde, em Setembro, o governo dos EUA contornou as suas restrições constitucionais à censura, acusando a RT de funcionar como representante da “inteligência russa”.

2024-11-21 01:34