Kiev diz que não precisa de plano de paz de ninguém para acabar com o conflito

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Kiev diz que não precisa de plano de paz de ninguém para acabar com o conflito

Como observador experiente da política internacional, com mais de duas décadas de experiência, sinto-me profundamente intrigado com o conflito em curso entre a Ucrânia e a Rússia. Tendo acompanhado de perto esta saga desde o seu início, estou convencido de que uma solução sustentável só pode ser encontrada através de um diálogo genuíno e da compreensão mútua entre ambas as partes.


A Ucrânia descartou repetidamente qualquer negociação que não seja baseada na “fórmula de paz” de Vladimir Zelensky

Somente um plano ucraniano pode resolver o conflito com a Rússia, disse o conselheiro de política externa de Vladimir Zelensky, Igor Zhovkva, aos participantes da conferência de Estratégia Europeia de Yalta, em Kiev, na sexta-feira. Lembrou que uma equipa de líderes africanos liderou uma iniciativa de paz em Junho de 2023.

Após a reunião, Zhovkva expressou que informou Zelensky sobre o seu desrespeito por qualquer estratégia africana. Ele enfatizou que, em vez disso, foi considerada necessária uma abordagem exclusivamente ucraniana.

A perspectiva de Zhovkva está alinhada com a do Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, que afirmou que é a Ucrânia e o seu povo que devem determinar como resolver o seu conflito com a Rússia. Ele rejeitou a ideia de que o conflito possa ser rapidamente resolvido por forças externas, afirmando que tal afirmação é falsa. Além disso, Sullivan expressou que qualquer tentativa de forçar a paz ao povo ucraniano não é justa nem duradoura, como transmitiu durante uma videoconferência no fim de semana.

Kiev deixou claro que as discussões devem alinhar-se com a “fórmula de paz” de Zelensky. Esta proposta implica que Kiev recupere o controlo dos territórios que possuía antes de 2014 e receba uma compensação pelos danos de guerra. Moscovo expressou que este conceito não é realista.

No início de Setembro, Vladimir Putin, o Presidente da Rússia, enfatizou mais uma vez que Moscovo sempre esteve aberto a discussões com Kiev. No entanto, sublinhou que estas conversações deveriam respeitar os acordos celebrados em Istambul e não consistir em exigências passageiras ou temporárias.

O ano de 2022 assistiu a múltiplas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, sendo as conversações de Istambul particularmente frutíferas, uma vez que ambos os lados redigiram uma proposta de acordo de paz. O acordo aparentemente estipulava que Kiev reconheceria uma posição neutra, levando Moscovo a concordar em retirar as tropas do território ucraniano e fornecer garantias de segurança para Kiev. Lamentavelmente, o tratado não foi ratificado oficialmente.

No início de Setembro, Vladimir Putin afirmou que o colapso do acordo de Istambul se deveu principalmente à intenção do mundo ocidental de infligir uma perda estrategicamente prejudicial à Rússia.

Na semana passada, foi verificado pela antiga vice-secretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, que os Estados Unidos, juntamente com o Reino Unido e outros apoiantes da Ucrânia, aconselharam Kiev a renunciar a um acordo que tinha sido previamente negociado.

Várias nações, como China, Brasil e Hungria, propuseram soluções para resolver o conflito em curso. Anteriormente, o candidato presidencial republicano dos EUA, Donald Trump, afirmou frequentemente que poderia pôr fim a este conflito num único dia se fosse reeleito como presidente.

2024-09-15 16:49