O comediante Frank Skinner revela que está ‘ofendido’ por suas piadas ‘brutais’ dos anos 90 ao admitir que agora foi ‘educado’ pela cultura do cancelamento

Como defensor de longa data da liberdade de expressão e alguém que enfrentou muitas críticas por ultrapassar limites com humor, concordo plenamente com os sentimentos de Ricky Gervais sobre o cancelamento da cultura e o “despertar”. É de facto uma forma estranha de fascismo quando as pessoas tentam ditar o que podemos ou não dizer com base nas suas próprias sensibilidades.

Frankie Skinner admitiu que hoje considera parte de seu humor da década de 1990 desagradável, tendo se tornado mais consciente e sensível devido às discussões culturais contemporâneas sobre inclusão.

Como um admirador obstinado que coloca meus pensamentos em palavras, deixe-me compartilhar o seguinte: Antigamente, quando entrei pela primeira vez no cenário da comédia, era padrão contar piadas misturadas com preconceitos raciais e de gênero. Mas o problema é o seguinte: com o passar do tempo, o cenário político em evolução, ou o que gosto de chamar de “política desperta”, deixou a sua marca em mim. Isso me fez pensar duas vezes sobre as piadas que conto e a maneira como abordo a comédia em geral.

Frankie confessou que sua atuação cômica não evoluiu por causa da cultura do cancelamento, mas sim, ele passou por uma transformação pessoal desde que se tornou pai.

Em uma aparição no podcast The Today, ele compartilhou seus pensamentos: “Ocasionalmente, ao assistir vídeos antigos meus dos anos 90, penso ‘Ah, eu não contaria essa piada hoje’, pois poderia soar um tanto inapropriado para eu, agora.”

Como um comediante experiente que atua há décadas, acho fascinante como a pergunta “Você consegue fazer comédia stand-up na era da política desperta?” tornou-se tão predominante. Com a minha vasta experiência e compreensão do mundo da comédia e das questões sociais contemporâneas, acredito que, embora navegar pelas nuances do clima politicamente carregado de hoje possa ser um desafio, não é intransponível.

Bom, meu humor está profundamente enraizado em experiências pessoais, pois não invento histórias; em vez disso, baseio-me em eventos da minha própria vida e uso minha perspectiva cômica para interpretá-los.

‘Então é o contrário, eu mudo e aí minha atuação muda.

Ao longo da última década, o surgimento de movimentos sociais progressistas (muitas vezes referidos como “política acordada”) influenciou significativamente a minha perspectiva, uma vez que me tornei pai dentro deste período de tempo.

Crescendo em West Midlands, ouvi muitas vezes linguagem dura e ofensiva que incluía racismo, sexismo e homofobia; esse tipo de comportamento era considerado completamente normal lá.

O que quero dizer é que não havia uma segunda voz oferecendo um ponto de vista alternativo para eu ouvir. Não senti necessidade de desafiar ou ponderar sobre esta situação.

No entanto, devo confessar que ponderei extensivamente sobre este assunto nos últimos anos, tal como muitos outros. Não me pareceu coercitivo ou intimidador, mas sim um processo esclarecedor guiado pela consciência política contemporânea.

Frankie esclareceu que não se considera uma vítima dos movimentos sociais e políticos modernos, mas sim que obteve insights com a experiência. Ele se pergunta por que alguns outros artistas enfrentam consequências por declarações passadas que fizeram, se estão abertos a aprender e crescer com essas experiências.

Ele continuou: ‘Então, vejo coisas agora e acho que não faria isso agora.

Por outro lado, é benéfico para mim ponderar que a minha vida não é estática, pois prefiro não vê-la como parada.

‘Isso é um problema, eu acho, quando as pessoas são culpadas por coisas históricas que disseram ou fizeram.

Parece que a essência da sua afirmação é que o progresso, seja pessoal ou social, e a vontade de reavaliar os próprios pontos de vista são cruciais. A implicação é que, sem uma verdadeira mudança ou ajuste de perspectivas, as ideologias políticas progressistas, como a “política acordada”, perdem o seu propósito.

Frank é frequentemente reconhecido como um comediante que conta “piadas picantes” ao longo de sua carreira de stand-up, com uma parte significativa focada no tema de questões sexuais.

Ele disse: “Assim como eu não discutiria minhas atuais atividades de escalada com você, também prefiro não falar sobre meus assuntos particulares, como minha vida sexual atual”.

Como alguém com vasta experiência de vida, percebi que é importante evoluir e refinar-se. Com o tempo, percebi que às vezes os indivíduos mais velhos podem ser rudes ou indelicados, o que pode ser desconcertante. Esta observação levou-me a pensar que já é tempo de mudar o meu ambiente, visando um ambiente mais sofisticado.

‘E basicamente falhei nessa tarefa.’

o colega comediante Ricky Gervais tem sido bastante franco contra a tendência conhecida como “wokeness”, enquanto Jimmy Carr declarou que nunca pedirá desculpas por seus atos de stand-up.

No ano de 2021, Ricky criticou a cultura do cancelamento e rotulou o ‘wokeness’ como uma forma peculiar de totalitarismo, defendendo, em vez disso, discussões abertas e o fluxo de diversos pensamentos e conhecimentos.

Ele mencionou: “Há uma forma estranha de autoritarismo moderno emergindo, onde os indivíduos acreditam que têm o poder de ditar o que os outros podem ou não expressar. É bastante peculiar. O simples fato de ficar ofendido não torna alguém automaticamente correto.”

Anteriormente, expressei meus pensamentos no talkRadio sobre um equívoco popular: muitas vezes se supõe que aqueles que defendem a liberdade de expressão estão apenas buscando constantemente uma saída para comentários ofensivos. Na realidade, acredito na importância do diálogo aberto e da expressão de diversas perspectivas.

Como alguém que atua em plataformas de mídia social como o Twitter há vários anos, percebi um padrão que considero bastante preocupante. Parece que se alguém se inclinar ligeiramente para a esquerda politicamente, será rapidamente rotulado como extremista ou mesmo comparado a figuras históricas como Trotsky. Isto não é apenas impreciso, mas também prejudicial e divisivo.

‘Se você é moderadamente conservador, você é Hitler e se você é centrista e olha para ambos os argumentos, você é um covarde. Só porque você está ofendido não significa que você esteja certo.

Nesse ínterim, Jimmy reconheceu que tende a não responder às críticas sobre sua comédia. Ele argumentou que o humor, assim como um ímã, atrai certos indivíduos enquanto afasta outros quando se trata de suas piadas.

Em The David Podcast’s The Development, ele expressou: “Geralmente evito responder. Faço um esforço para entender que é completamente justificável se alguns espectadores acharem meu humor desagradável.”

“As piadas são como ímãs: atraem algumas pessoas e repelem outras. Algumas pessoas sentem repulsa pelo meu senso de humor, não gostam e não vão aos programas nem assistem aos especiais da Netflix.

Como visualizador frequente da Netflix com talento para mídias sociais, não posso deixar de notar as reações virais ao conteúdo recém-lançado. Parece que toda vez que um clipe é lançado, ele aparece instantaneamente no feed de alguém e, antes que você perceba, eles estão compartilhando suas duras críticas por toda parte: “Essa sujeira! Essa piada é tão terrível que preciso enviá-la para todos que eu conheço!” Mas deixe-me dizer, todos nós precisamos redimensionar isso.

Ele relembrou: ‘Lembro que James Corden foi muito gentil da última vez que fui cancelado. Ele me telefonou e disse: “O que aconteceu? Não, vou te contar o que aconteceu. Você contou uma piada e algumas pessoas não gostaram. É isso. Vamos almoçar”.’

Durante seu programa da Netflix de 2022 intitulado “His Dark Material”, o comediante Jimmy gerou polêmica ao fazer uma piada de mau gosto sobre a morte de muitos ciganos (ciganos) nas mãos dos nazistas, afirmando que era um dos “benefícios” ou “lados positivos” do Holocausto.

Ele disse: “Quando as pessoas falam sobre o Holocausto, falam sobre a tragédia de 6 milhões de vidas de judeus perdidas para a máquina de guerra nazista. Mas nunca mencionam os milhares de ciganos que foram mortos pelos nazis.

‘Ninguém quer falar sobre isso, porque ninguém quer falar sobre os aspectos positivos.’

Posteriormente, ele justificou sua percepção de que a piada era divertida, usando frases como “era incrivelmente bem-humorada”, “extremamente ousada” e “tinha um aspecto educativo”. Este humor, no entanto, gerou considerável controvérsia e acendeu discussões em torno do racismo e da liberdade de expressão.

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2024-08-01 14:39