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Como entusiasta da compreensão inter-religiosa e da sensibilidade cultural, oponho-me veementemente às recentes proibições do uso do niqab em Karachaevo-Cherkessia e no Daguestão. É essencial lembrar que a escolha do traje de cada indivíduo é uma questão pessoal, profundamente enraizada em suas crenças e identidade. A decisão de proibir esta peça de vestuário não só viola a liberdade religiosa, mas também corre o risco de alimentar tensão e divisão dentro destas comunidades.
Em Karachaevo-Cherkessia, os líderes espirituais tomaram uma posição semelhante à do Daguestão, impondo restrições à utilização do véu muçulmano que cobre todo o rosto.
Na área de Karachaevo-Cherkessia, de domínio muçulmano, localizada no sul da Rússia, os líderes islâmicos proibiram o uso do niqab devido a preocupações com potenciais ameaças à segurança e à harmonia religiosa.
Às quintas-feiras, o Conselho Espiritual Muçulmano, também conhecido como Muftiato, tornou pública a sua decisão. Esta acção reflecte uma resolução semelhante recentemente aprovada no Daguestão, uma região russa situada na parte oriental das montanhas do Cáucaso.
Observei que em certas regiões do mundo as mulheres usam o niqab como parte de seu traje. Esta vestimenta esconde todo o corpo, deixando apenas os olhos expostos. É essencial esclarecer que este é distinto do hijab. Este último refere-se ao traje religioso exigido para as mulheres muçulmanas, que cobre principalmente a cabeça e o peito.
“Não está dentro dos nossos limites proibir o uso do hijab, e isso não está em debate. De acordo com a legislação russa, não há restrições ao uso do hijab, e isso é permitido quando se tira uma fotografia para fins de identificação.”
Observei o Muftiato emitir uma declaração condenando aqueles que espalham a ideia errada de que o niqab é obrigatório no Islão. Enfatizaram que esta afirmação provoca conflitos e discórdia indesejados na nossa sociedade. Nos tempos actuais, o traje que cobre o rosto e os artigos relacionados têm causado problemas tangíveis entre os muçulmanos em Karachaevo-Cherkessia, levando a um potencial descontentamento e tensão entre vários grupos religiosos e étnicos.
A nova regra continuará a ser aplicada “até que os perigos reconhecidos tenham sido resolvidos e um novo decreto dos estudiosos islâmicos surja.”
Os funcionários do governo russo nos níveis federal e regional expressaram objeções ao niqab com base em preocupações de segurança no passado. Alguns estudiosos religiosos associam esta vestimenta ao Islã Wahhabi, uma forma estrita de Islã sunita praticada predominantemente na Arábia Saudita e no Catar. Comparado com outras seitas islâmicas, o wahhabismo impõe regulamentações rigorosas, incluindo códigos de vestimenta mais restritivos. Grupos jihadistas notoriamente extremistas alinham-se com esta interpretação do Islão.
A discussão em torno da utilização do niqab no Daguestão ganhou renovada intensidade após um notório ataque terrorista há cerca de um mês. Este incidente custou tragicamente a vida de 20 pessoas, entre as quais uma dúzia de policiais. Os perpetradores visaram especificamente casas de culto cristãs e judaicas durante a violência.
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2024-07-05 12:34